Em discurso ao órgão vaticano para o diálogo inter-religioso, Papa enalteceu a palavra convívio como chave da unidade e de um mundo habitável para todos, em paz
Nesta segunda-feira, 6, no Palácio Apostólico Vaticano, o Papa Francisco recebeu em audiência os participantes da sessão plenária do órgão vaticano para o Diálogo Inter-religioso. No discurso, encorajou os presentes a cultivarem o espírito e o estilo e convívio nas relações com as pessoas de outras tradições religiosas. Exaltou a palavra convívio como chave para o encontro, para a paz.
O Pontífice se mostrou grato pelo encontro ocorrido no dia seguinte à solenidade de Pentecostes. “Enfatizo isso porque São Paulo VI anunciou o nascimento do “Secretariado para os não cristãos” na homilia de Pentecostes de 1964, durante o Concílio Vaticano II. Ele o fez antes da promulgação da Declaração Nostra aetate sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs, e antes da Encíclica Ecclesiam suam, considerada a carta magna do diálogo em suas várias formas”, lembrou.
O tema escolhido para o encontro foi “Dialogo Inter-religioso e Convivência”. Uma temática colocada em evidência quando toda a Igreja reflete e faz a experiência da sinodalidade.
Fraternidade e convívio
“Nosso mundo, cada vez mais interligado, não é tão fraterno e convivial, muito pelo contrário!”, observou o Papa. Nesse contexto, ele destacou o trabalho desse órgão vaticano na busca da verdadeira busca de Deus entre todos os homens.
O Santo Padre pontuou ainda que o organismo é consciente de que o diálogo inter-religioso se concretiza através da ação, do intercâmbio teológico e da experiência espiritual. “Esta é a vossa missão: promover com outros crentes, de forma fraterna e convivial, o caminho da busca de Deus; considerar as pessoas de outras religiões não de forma abstrata, mas de forma concreta, com uma história, desejos, feridas, sonhos. Só assim poderemos construir juntos um mundo habitável para todos, em paz”, afirmou o Pontífice.
Francisco apontou que, diante das inúmeras violências destrutivas, da indiferença egoísta e dos protestos violentos há sempre o diálogo como opção. Acredita que o convívio une socialmente, mas sem a colonização do outro, e sim preservando sua identidade.
O Papa finalizou o discurso agradecendo todo o trabalho realizado, sobretudo os anônimos, menos visíveis e mais custosos. Abençoou os presentes e seus familiares. “E vos peço, por favor, que rezem por mim”, concluiu, como de costume.
Fonte: Canção Nova