Esta é a primeira viagem internacional de Francisco em 2023; um Pontífice retorna à República Democrática do Congo, após 37 anos, e visita o Sudão do Sul pela primeira vez.
“Uma peregrinação ecumênica de paz”. Assim o Papa definiu no Angelus do último domingo, 29, sua 40ª Viagem Apostólica, que o leva à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul.
O voo A 359/AZ² da Ita Airways decolou às 8h29 do Aeroporto Fiumicino. O Santo Padre embarcou no avião que o leva à Kinshasa, primeira etapa da viagem, em cadeira de rodas.
Encontro com migrantes e refugiados
Ainda na manhã desta terça-feira, 31, antes de deixar a Casa Santa Marta e dirigir-se ao aeroporto, Francisco encontrou-se com uma dezena de migrantes e refugiados provenientes justamente da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul.
Todos os visitantes do Pontífice eram acolhidos e apoiados, com suas famílias, pelo Centro Astalli. No encontro com o Santo Padre, estava o prefeito do Dicastério para a Caridade, Cardeal Konrad Krajewski.
Partida de Roma
Ao chegar ao aeroporto de Fiumicino, o carro do Papa parou brevemente na proximidade do Monumento aos Caídos de Kindu, os 13 aviadores italianos mortos no Congo em 11 de novembro de 1961.
Às vítimas daquele sangrento massacre e a todos aqueles que perderam a vida participando nas missões humanitárias e de paz, Francisco dedicou uma oração e, depois, seguiu em direção ao avião.
Esperança da paz e do diálogo
Nesta 40ª viagem internacional, que se realiza a partir deste 31 de janeiro até 5 de fevereiro, levará a estes dois países africanos a palavra de Deus, a esperança da paz e do diálogo.
Uma viagem que no Sudão do Sul terá uma forte conotação ecumênica, pois ao lado do Sucessor de Pedro, estará o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, e o moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, Iain Greenshields.
Encontro com vítimas e pessoas deslocadas
O Pontífice se deslocará em carro aberto durante os vários compromissos e se encontrará com representantes de instituições, Igrejas e sociedades locais. Estas incluem vítimas da parte oriental da República Democrática do Congo e pessoas deslocadas internamente do Sudão do Sul.
A viagem e os compromissos do Santo Padre serão marcantes, assim como foi a viagem a Bangui, a capital da África Central, uma etapa marcada pela incerteza devido à violência ocorrida alguns dias antes na capital. Na época o Papa quis ir, embora desaconselhado por muitos: “Eu só tenho medo de mosquitos”, havia dito aos jornalistas no avião. E a resposta foi o “ambiente festivo nas ruas”.
Francisco fará sete discursos em Kinshasa e cinco em Juba (todos transmitidos pelo Vatican News, com comentários em português). A Missa de 1° de fevereiro no Aeroporto Kinshasa-Ndolo, celebrada segundo o rito zairense do Missal Romano, deverá ser um dos eventos com maior presença de fiéis da viagem. A área pode abrigar até um milhão e meio de pessoas e, de acordo com a imprensa local este será o número de presentes na celebração do Pontífice.
O palco onde a celebração será realizada é o maior já construído na República Democrática do Congo, e também está equipado com um elevador para permitir que o Papa chegue mais facilmente. O coro que animará a Missa também está entre os maiores de todos os tempos: 700 pessoas.
Peregrinação ecumênica a Juba
O primaz Anglicano Welby e o moderador Greenshield se unirão ao Papa em Juba, a capital do Sudão do Sul, na margem oeste do Nilo Branco, onde Francisco encontrará também o presidente Salva Kiir.
Em Juba, um compromisso de destaque será o encontro, ou melhor, o abraço do Bispo de Roma, no Salão da Liberdade, com os grupos de deslocados internos, reunidos em vários campos muitas vezes nas bases das missões da ONU. “Mais de 2 milhões no país, 33 mil somente na área de Juba”. Entre elas, as crianças de Bentiu, capital do Estado de Unity, flageladas por enchentes devastadoras e epidemias de cólera.
Fonte: Canção Nova