O Papa Francisco disse em sua homilia da Missa na Casa Santa Marta, nesta segunda-feira, 13 de abril, conhecida como “Segunda-feira do Anjo” que Jesus no Evangelho apresenta uma opção cotidiana: “entre a alegria, a esperança da ressurreição de Jesus, e a saudade do sepulcro”.
“O Evangelho de hoje nos apresenta uma opção, uma opção de todos os dias, uma opção humana, mas que rege desde aquele dia: a opção entre a alegria, a esperança da ressurreição de Jesus, e a saudade do sepulcro”, indicou o Santo Padre.
Além disso, referindo-se à passagem do Evangelho de São Mateus (28, 8-15) que descreve quando “as mulheres seguem adiante levando o anúncio”, o Papa acrescentou “Deus sempre começa com as mulheres, sempre. Abrem caminhos. Não duvidam: sabem; viram-No, tocaram-No. Viram também o sepulcro vazio. É verdade que os discípulos não podiam acreditar nisso e disseram: ‘Mas estas mulheres talvez sejam de certo modo demasiadamente fantasiosas’… não sei, tinham suas dúvidas. Mas elas tinham certeza e acabaram seguindo adiante nesse caminho até os dias de hoje”.
Nesta linha, o Santo Padre assinalou no primeiro dia da oitava de Páscoa que “Jesus ressuscitou, está vivo entre nós” e advertiu àqueles que acreditam que “é melhor não viver com o sepulcro vazio”.
“Esse sepulcro vazio nos trará muitos problemas. E a decisão de esconder o fato. É como sempre: quando não servimos a Deus, o Senhor, servimos ao outro deus, o dinheiro. Recordemos aquilo que Jesus disse: são dois senhores, o Senhor Deus e o senhor dinheiro. Não se pode servir a ambos”.
Nesse sentido, o Pontífice enfatizou que, após a morte de Jesus Cristo “os sacerdotes, os doutores da Lei escolheram o outro caminho, o (caminho) que o deus dinheiro lhes oferecia, e eles pagaram: pagaram o silêncio. O silêncio das testemunhas”.
E continuou: “um dos soldados tinha confessado: ‘Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus!’. Esses coitados não entendem, têm medo porque arriscam a vida… e foram até os sacerdotes, os doutores da Lei. Eles pagaram: pagaram o silêncio, e isso, queridos irmãos e irmãs, não é um suborno: isso é pura corrupção, corrupção em estado puro”, afirmou o Papa.
Convite para anunciar Jesus Cristo
Da mesma forma, o Pontífice reconheceu que “é verdade que muita gente não confessa Jesus porque não o conhece, porque nós não o anunciamos com coerência, e isso é nossa culpa. Mas quando diante das evidências se toma esse caminho, é o caminho do diabo, é o caminho da corrupção. Paga-se e fique calado”.
“Também hoje, diante do próximo – esperamos que seja logo – fim desta pandemia, há a mesma opção: ou nossa aposta será pela vida, pela ressurreição dos povos ou será pelo deus dinheiro; voltar ao sepulcro da fome, da escravidão, das guerras, das fábricas de armas, das crianças sem instrução… aí está o sepulcro.”, afirmou.
Por esse motivo, o Santo Padre convidou “que o Senhor, seja em nossa vida pessoal, seja em nossa vida social, sempre nos ajude a escolher o anúncio: o anúncio que é horizonte, é aberto, sempre; nos leve a escolher o bem das pessoas. E jamais cair no sepulcro do deus dinheiro”.
Evangelho comentado pelo Papa Francisco:
Mateus 28, 8-15
Naquele tempo, 8as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. 11Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”.
15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.
Fonte: acidigital