O Papa Francisco falou a cientistas sobre fé e ciência e reforçou o convite para que haja maior colaboração, não oposição.
A mensagem em vídeo foi divulgada no contexto do Encontro Internacional “A Ciência pela Paz”, organizado pela Universidade italiana de Teramo, nestes dias 2 e 3 de julho, por ocasião do Jubileu do Santuário de São Gabriel, que se situa justo ao lado do Instituto Nacional de Física Nuclear.
Francisco afirmou que esse encontro era um grande “presente de esperança para toda a humanidade”. E corroborou:
“Vemos neste momento a necessidade de um relançamento da pesquisa científica a fim de enfrentar os desafios da sociedade contemporânea. E fico feliz que seja a comunidade diocesana de Teramo que esteja promovendo este encontro, dando assim testemunho de que não pode nem deve haver oposição entre fé e ciência”.
Fé e ciência: colaboração, não oposição
O Papa evocou o que já havia escrito na encíclica Fratelli tutti:
“É urgente conhecer a realidade para construir juntos. Para que o desejo de conhecimento […] possa crescer e se desenvolver, a pesquisa científica deve colocar o seu conhecimento a serviço de todos, buscando sempre novas formas de colaboração, o intercâmbio de resultados e de construção de redes”.
No tocante à pandemia, Francisco disse:
“A experiência da emergência sanitária, mais do que nunca, e de certo modo com maior urgência, pede ao mundo da ciência para repensar as perspectivas da prevenção, da terapia e da organização da saúde, levando em conta as repercussões antropológicas ligadas à convivência social e a qualidade das relações entre familiares e entre as gerações”.
Ele também chamou a atenção para o seguinte cuidado:
“Nenhum conhecimento científico deve caminhar sozinho e sentir-se autossuficiente. A realidade histórica é cada vez mais uma realidade única e deve ser servida pela pluralidade de conhecimentos que, em sua especificidade, contribuem para o crescimento de uma nova cultura capaz de construir a sociedade, promovendo a dignidade e o desenvolvimento de cada homem e de cada mulher”.
Francisco exortou:
“Diante dos novos desafios, a vocês, queridos amigos da ciência, é confiada a tarefa de testemunhar que é possível construir um novo vínculo social, comprometendo-se a fazer a pesquisa científica próxima de toda a comunidade, da local à internacional, e que, juntos, é possível superar qualquer conflito. A ciência é um grande recurso para a construção da paz!”
O Papa encerrou pedindo:
“Acompanhem a formação das novas gerações ensinando-lhes a não terem medo do esforço da pesquisa. O Mestre também se faz procurar: Ele infunde em todos a certeza de que, quando se busca com honestidade, encontra-se a verdade. Esta mudança de época precisa de novos discípulos do conhecimento, e vocês, queridos cientistas, são os mestres de uma nova geração de construtores de paz”.
Fonte: Aleteia