Da Sinodalidade, passando pelas guerras, armas e missão: foram muitos os temas debatidos na audiência que o Papa Francisco concedeu esta manhã
“Alegria, simplicidade e largo sorriso no rosto”: assim o Papa Francisco recebeu, na manhã desta quinta-feira, 29, no Vaticano, os bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O relato é do arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller.
Participaram do encontro, no âmbito da visita ad limina, os bispos das províncias eclesiásticas de Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto.
De acordo com Dom João Inácio, o Pontífice ressaltou a importância de manter viva nas dioceses as obras de caridade, pois “nosso povo continua a precisar de ajuda, tem fome”.
Outro tema foi a missionariedade. Segundo o Papa, Deus é em saída, e assim deve ser a Igreja. “Não podemos nos manter numa Igreja quadrada, só com projetos e achar que tudo tem que ser certinho. O Papa disse que não. A Igreja que caminha vê as situações que requerem intervenção, que se pare e se faça o que é necessário fazer”.
Outro conselho do Papa, segundo Dom Müller, é olhar para Jesus, já que “quem não medita sobre Jesus não terá o caminhar de Jesus”. Isto implica acolher todas as pessoas sem discriminação e sem rigidez.
Sinodalidade, guerras e tradição
O arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, afirmou que, para todas as questões apresentadas pelos bispos, o Papa “sempre nos deu uma palavra de ânimo, de encorajamento, nos incentivando na missão”.
Ele recordou as quatro proximidades na vida do bispo: com o Senhor, entre os irmãos no colégio episcopal, com os presbíteros e com o povo de Deus.
Já o Bispo Diocesano de Barretos, Dom Milton Kenan Júnior, citou outro tema na pauta: a sinodalidade. O Papa pediu que o Sínodo seja vivido como um momento para dar espaço para que todos possam falar e se manifestar.
A sinodalidade não é um parlamento, mas sim a experiência de ouvir o Espírito, deixar-se conduzir por Ele. Dom Milton referiu que Francisco falou ainda a respeito das guerras que estão ocorrendo em diversas partes do mundo e a necessidade de a Igreja fazer o papel de intermediária, com uma “crítica bastante firme em relação às armas”.
Tradição criativa e fecunda
Outro assunto foi tradição. “O tradicionalista desvirtua a tradição, porque a tradição é criativa, é fecunda quando é capaz de iluminar novos caminhos e perspectivas. O tradicionalista, por sua vez, se prende à tradição e deixa de abrir-se ao futuro”.
“Os bispos saíram bastante entusiasmados, impressionados com a disponibilidade e abertura do Santo Padre.”, concluiu, Dom Milton.
Fonte: Canção Nova