Para recordar uma das maiores tragédias da imigração, registrada em fevereiro deste ano em Cutro, quando 94 pessoas morreram – entre as quais 35 menores -, os presos do Cárcere de Crotone, na Calábria, produziram uma obra de arte. Ela foi entregue ao final da Audiência Geral desta quarta (13).
Em memória dos migrantes que morreram em 26 de fevereiro deste ano, nas águas de Steccato di Cutro, na Calábria, perto de Crotone, na Itália, os detentos do cárcere local presentearam o Papa Francisco com uma tela, contida em uma caixa de vidro, na qual o evento dramático é reproduzido. A entrega oficial aconteceu ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (13).
O Pontífice nunca deixou de levantar sua voz em defesa das muitas pessoas que fogem da guerra, da violência, da perseguição e da pobreza. No mesmo dia em que 94 migrantes a bordo do barco da Turquia morreram na costa de Steccato di Cutro, entre os quais, 35 menores, o bispo de Roma expressou profunda tristeza durante o Angelus e, uma semana depois, voltou novamente da janela do palácio apostólico para implorar:
“As viagens da esperança não devem mais se transformar em viagens da morte. Que as águas límpidas do Mediterrâneo não sejam mais ensanguentadas por incidentes tão trágicos.”
Convidando as pessoas a rezar pelas muitas vítimas do mar, o Pontífice, naquela oportunidade, também pediu para não ceder à tentação do hábito, à “globalização da indiferença” repetidamente denunciada: “que o Senhor nos dê a força para entender e chorar”.
A tela em memória aos migrantes mortos em Cutro
“A criação da obra é também uma forma de dar voz aos detentos”, disse o capelão da prisão de Crotone que acolhe 143 pessoas, Pe. Oreste Mangiacapra, “que são sensíveis a questões como essas, demonstrando que querem mudar e se preparar, uma vez cumprida a pena, para uma verdadeira reintegração social, humana e laboral, como o Pontífice sempre desejou”. A obra, acrescentou Federico Ferraro, representante municipal dos direitos dos detentos, “representa o sentimento de solidariedade de todos os presidiários para com as vítimas e a proximidade com os sobreviventes e suas famílias. Isso mostra como, nas prisões, há pessoas que mantêm um senso de participação social”.
A obra entregue ao Papa é uma das três que os detentos realizaram em memória às vítimas da tragédia de Cutro. Elas chegaram a fazer parte de uma exposição por iniciativa do Departamento de Cultura do município, do Representante Municipal dos Direitos dos Detentos e da administração da prisão de Crotone. Além da tela entregue ao Papa, por desejo expresso dos detentos, as outras duas são destinadas ao presidente da Itália, Sergio Mattarella, e ao Departamento de Administração Prisional.
A pedra fundamental do Redemptoris Mater em Uzhgorod
“Um sinal de paz e uma expressão do desejo de reconstruir”: foi assim que o Pe. Francesco Andolfatto, reitor do seminário Redemptoris Mater em Uzhgorod, na Ucrânia, descreveu a pedra fundamental da nova estrutura “que estamos construindo nesta cidade ucraniana na fronteira com a Eslováquia e a Hungria”, abençoada por Francisco ao final da Audiência Geral desta quarta (13).
“O tempo que estamos vivendo na Ucrânia é muito difícil”, explicou, “e estamos aqui graças a uma permissão especial para tirar todos os seminaristas e instrutores do país, algo que, por causa do recrutamento, não é possível para os ucranianos de 18 a 60 anos. Assim, também fizemos uma peregrinação para comemorar o aniversário de 10 anos da fundação do seminário”.
Fonte: Vatican News