Em mensagem, Francisco reflete sobre as visões e reflexões registradas pela jovem mulher sobre o amor de Deus na Paixão de Cristo: “verdades sem tempo”.
O Papa Francisco enviou uma carta ao bispo de East Anglia (Inglaterra), Dom Peter Collins, por ocasião do aniversário de 650 anos das Revelações feitas pela mística inglesa Juliana de Norwich. A comemoração atraiu milhares de fiéis de todo o mundo para as catedrais católicas e anglicanas da cidade.
A história de Juliana de Norwich
Em 1373, uma jovem mulher em Norwich contraiu uma grave doença, que a deixou como morta. No dia 8 de maio daquele ano, contudo, ela teve uma série de 16 visões que revelavam o amor de Deus pela humanidade na Paixão de Cristo. Após isso, a moça recuperou a plena saúde física, e passou a refletir, durante 20 anos, sobre as revelações que teve.
Desse tempo de reflexão, surgiu o livro Revelations of the Love of God (“Revelações do Amor de Deus”, em tradução livre), cheio de um profundo conhecimento das fontes bíblicas e patrísticas, bem como da literatura medieval. Foi o primeiro livro escrito por uma mulher inglesa.
A mística viveu como uma anacoreta (monja, retirada do restante da sociedade), perto da Igreja de St. Julian, em Conisford, Norwich. Por esse motivo, ela ficou conhecida na posteridade como Juliana de Norwich. Ela morreu por volta de 1417 e permaneceu praticamente desconhecida até o início do século XX, quando a versão curta de suas Revelações foi redescoberta.
A carta do Papa
Em sua mensagem, o Papa afirmou que “o profundo significado dessa mística inglesa para a tradição cristã nos fala em todos os séculos e é cada vez mais reconhecido e celebrado”. Para o Pontífice, a influência materna, o anonimato e as profundas intuições teológicas de Juliana “são verdades sem tempo que sustentam não apenas a vida do discipulado cristão, mas também a própria estrutura de uma sociedade justa e fraterna”.
Francisco também ressaltou o conteúdo de misericórdia e compaixão de Deus revelada à jovem, vital para os tempos atuais, para todos aqueles que sofrem. “Nesse sentido, rezo para que todos aqueles que enfrentam os desafios urgentes da guerra, da injustiça, do desastre ecológico ou da pobreza espiritual possam ser confortados e fortalecidos por essas palavras de sabedoria duradouras”, expressou.
Fonte: Canção Nova