O Papa Francisco recordou na Missa, celebrada na capela da Casa Santa Marta, que hoje, 29 de abril, é a festa de Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja e Copadroeira da Europa, por isso incentivou a unidade da Europa.
Assim indicou o Santo Padre no início da Eucaristia presidida na manhã desta quarta-feira.
O Pontífice destacou a memória litúrgica desta santa italiana, que foi defensora do Papado e que, de analfabeta passou a ser declarada Doutora da Igreja por São Paulo VI, em 1970, assim como também foi proclamada Copadroeira da Europa por São João Paulo II, em 1990.
“Hoje é [a festa de] Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, padroeira da Europa. Rezemos pela Europa, pela unidade da Europa, pela unidade da União Europeia: para que todos juntos possamos seguir adiante como irmãos”, pediu o Papa.
Em seguida, durante sua homilia, o Santo Padre refletiu sobre as leituras da Liturgia do dia e assinalou a importância do concreto e pôde dar alguns exemplos, entre eles, o de uma pessoa que confessa no Sacramento da Reconciliação seus pecados concretamente e a simplicidade das crianças que dizem as coisas claras, ao mencionar uma carta recente que recebeu de um jovem.
“Ter essa sabedoria da concretude” encorajou o Papa que alertou sobre o perigo de viver “na tepidez, mornos, no indefinido: nem bons nem maus, nem branco nem preto: indefinido. Uma vida que não agrada ao Senhor. O Senhor não gosta dos mornos. Concretude. Para não ser mentirosos. Se confessarmos nossos pecados, Ele se mostra fiel e justo, para nos perdoar: perdoa-nos quando somos concretos”, explicou o Santo Padre.
Dados biográficos de Santa Catarina de Sena
Santa Catarina nasceu em Sena (Itália), em 1347, em uma família de pais piedosos. Gostava muito da oração, das coisas de Deus, e aos sete anos fez um voto particular de virgindade. Mais tarde, sua família tentou persuadi-la a se casar, mas ela se manteve firme e serviu generosamente aos pobres e doentes.
Aos 18 anos, recebeu o hábito da Ordem Terceira de São Domingos, vivendo a espiritualidade dominicana no mundo secular e sendo a primeira mulher solteira a ser admitida. Teve que superar muitas tentações do diabo que procurou fazer com que desistisse, mas ela seguia confiando em Deus.
Em 1366, Santa Catarina viveu um “casamento místico”. Ela estava em seu quarto rezando quando viu Cristo acompanhado por sua Mãe e um cortejo celeste.
Naquele tempo, surgiu uma peste e a santa sempre se manteve com os doentes, preparava-os para a morte e chegou até mesmo a enterrá-los com suas próprias mãos. Além disso, tinha o dom de reconciliar até os piores inimigos, mais com suas orações a Deus do que com suas palavras.
Nesta época, os Papas viviam em Avignon (França) e os romanos se queixavam de terem sido abandonados pelos seus Bispos, ameaçando realizar um cisma.
O Papa Gregório XI fez um voto secreto a Deus de regressar a Roma e, ao consultar Santa Catarina, ela lhe disse: “Cumpra com sua promessa feita a Deus”. O Pontífice ficou surpreso porque não tinha contado a ninguém sobre o voto e, mais tarde, o Santo Padre cumpriu sua promessa e voltou para a Cidade Eterna.
“Embora fosse filha de artesãos e analfabeta por não ter estudos nem instrução, compreendeu, no entanto, as necessidades do mundo do seu tempo com tal inteligência que superou muito os limites do lugar onde viveu, ao ponto de estender a sua ação para toda a sociedade dos homens; não havia maneira de parar a sua coragem nem o seu anseio pela salvação das almas”, escreveu sobre ela João Paulo II em 1980 para o sexto centenário de sua morte.
Santa Catarina morreu no dia 29 de abril de 1380 em Roma, com apenas 33 anos, de um súbito ataque. O Papa Paulo VI a nomeou Doutora da Igreja em 1970 e foi proclamada copadroeira da Europa por São João Paulo II em 1999, ao lado de Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz.
Fonte: acidigital