Em novo apelo por Mianmar, que está em crise desde o golpe militar, Papa pede diálogo
Que pare a violência, o sangue não resolve nada. Em um novo apelo por Mianmar, o Papa Francisco evoca uma solução pacífica para a crise no país.
Após a catequese desta quarta-feira, 17, Francisco voltou a falar da situação em Mianmar. E a exemplo das cenas de religiosos que se ajoelharam suplicando a policiais birmaneses para cessar a violência, o Papa disse que também ele se coloca de joelhos diante dessa situação.
“Mais uma vez e com grande tristeza, sinto a urgência de evocar a dramática situação em Mianmar, onde muitas pessoas, especialmente jovens, estão perdendo a vida por oferecer esperança ao seu país. Eu também me ajoelho nas ruas de Mianmar e digo: pare a violência! Também eu estendo meus braços e digo: prevaleça o diálogo! O sangue não resolve nada. Prevaleça o diálogo.”
A crise em Mianmar
Mianmar passa por uma crise desde o golpe militar em 1º de fevereiro, sendo palco de uma série de protestos. A ONU estima que já sejam ao menos 149 mortos apenas no último final de semana.
As forças de segurança seguem com prisões arbitrárias, invadindo residências e prendendo opositores. Além disso, usam munição letal contra os manifestantes. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos fala em “desaparecimentos forçados”.
Apelos do Papa
Francisco já havia feito um apelo pela paz em Mianmar no Angelus de 7 de fevereiro. O Papa pediu que todos se colocassem a serviço do bem comum, promovendo a justiça social e a estabilidade nacional. Também expressou sua proximidade espiritual e orações pela população.
Em 3 de março, na audiência geral, um novo apelo pediu que o diálogo prevalecesse sobre a repressão. “Ainda estão chegando de Mianmar notícias tristes de sangrentos confrontos, com perdas de vidas humanas. Gostaria de chamar a atenção das autoridades envolvidas para que o diálogo prevaleça sobre a repressão e a harmonia sobre a discórdia”.
Nessa ocasião, Francisco também apelou à comunidade internacional. Ele pediu uma atuação a fim de que as aspirações do povo de Mianmar não fossem sufocadas pela violência.
No dia 15 de março, o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, enviou uma carta, em nome do Papa, ao arcebispo de Yangon, Cardeal Charles Bo. A mensagem demonstrou a preocupação do Santo Padre pela situação e seu amor pelo povo de Mianmar.
Fonte: Canção Nova