Diante das relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus, Francisco anunciou a publicação de uma Carta Apostólica por ocasião dos 150 anos de nascimento da Padroeira das Missões.
O Papa dedicou sua catequese desta quarta-feira, 7, à Santa Teresa do Menino Jesus. A reflexão foi enriquecida com a presença na Praça São Pedro das relíquias da santa e as de seus santos Pais, Luís e Zélia. O Pontífice anunciou que pretende dedicar uma Carta Apostólica por ocasião dos 150 anos de nascimento de Santa Teresa – celebrados neste ano de 2023.
Dirigindo-se aos milhares de fiéis, o Pontífice destacou o título de Padroeira universal das Missões de Santa Teresinha, embora nunca tenha saído em missão. Segundo o Papa, o desejo da santa – escrito por ela – era ser missionária, e não só durante alguns anos, mas por toda a vida; mais ainda, por toda a eternidade. Ela era uma monja carmelita e sua vida foi marcada pela pequenez e pela fraqueza: ela mesma se autodefinia “um pequeno grão de areia”. De saúde frágil, ela morreu com somente 24 anos.
O Pontífice narrou dois episódios que transformaram a vida de Santa Teresa: o primeiro em âmbito familiar e, o segundo, com um condenado à morte. A partir de então, “voltou o seu zelo para os outros, para que encontrassem Deus e, em vez de buscar consolações para si mesma, se propôs a consolar Jesus, fazendo com que as almas o amassem”.
A fé nasce por atração
Do Carmelo, o Santo Padre conta que a religiosa acompanhava os missionários por carta, com a oração e oferecendo por eles todos os sacrifícios que a vida lhe pedia. Teresa intercedia pelas missões e as abençoava, comenta. Na verdade, disse o Papa, não é missionário apenas quem deixa a sua pátria e vai para longe, aprende línguas novas e nelas anuncia a Boa Nova de Jesus; mas toda a pessoa que, no lugar onde vive, serve como instrumento do amor de Deus e tudo faz para que Jesus passe para os outros.
Dizia ela que “Jesus está doente de amor, e a doença do amor só se cura com o amor”. Para a Igreja, concluiu o Papa, mais importante do que a abundância de meios, métodos e estruturas, que às vezes até a distraem do essencial, é ter muitos corações como o de Teresa, corações que atraem ao amor e aproximam de Deus.
“Este é o zelo apostólico que, nos recordemos sempre, nunca funciona por proselitismo – nunca – ou por pressão – nunca-, mas por atração: a fé nasce por atração. Ninguém se torna cristão porque é forçado por alguém, não, mas porque é tocado pelo amor”, disse.
Francisco conclui: “Peçamos à santa – temos as relíquias aqui – a graça de superar o nosso egoísmo e peçamos a paixão de interceder, de interceder para que esta atração seja maior nas pessoas e para que Jesus seja conhecido e amado”, concluiu o Papa.
Fonte: Canção Nova