A peregrinação de Francisco ao “coração da Ásia” começa nesta quinta-feira (30) e, assim como fez no Angelus de domingo (27), o Pontífice volta a pedir aos peregrinos que o acompanhem com orações. Menos de um mês após voltar da JMJ de Lisboa, em Portugal, o Papa já está pronto “para abraçar uma Igreja pequena em números, mas vivaz na fé e grande na caridade” na Mongólia.
“Amanhã à tarde partirei para o continente asiático para visitar os meus irmãos e irmãs na Mongólia. Peço-lhes que me acompanhem nessa viagem com suas orações. Que Jesus os abençoe e que a Virgem Santa cuide de vocês.”
Assim o Papa Francisco saudou os peregrinos de língua espanhola na Audiência Geral desta quarta-feira (30), dia que antecede a sua viagem apostólica ao país asiático de 31 de agosto a 4 de setembro para encontrar o pequeno grupo de 1500 católicos, mas todo um povo de maioria budista. A mensagem do Pontífice ao final da catequese também rendeu um post na sua conta oficial @Pontifex_pt.
De fato, a partida da Itália está marcada para o final da tarde desta quinta-feira (31) do Aeroporto Internacional de Fiumicino com chegada ao Aeroporto Internacional da capital Ulan Bator somente no dia seguite, 1° de setembro. Considerando os antecedentes históricos, mas também a atual Igreja na Mongólia – pequena, mas ativa no campo social; a missa que o Papa irá celebrar na tarde de domingo (3) na Arena das Estepes será um compromisso central da viagem apostólica. Os 1500 fiéis residentes na Mongólia – 90% que se encontram na capital -, serão acompanhados por outros 1000 fiéis provenientes de países vizinhos. Entre eles: Rússia, China, Tailândia, Cazaquistão, Quirguistão, Azerbaijão e Vietnã.
Sempre no domingo, dia 3, o Papa preside um evento ecumênico e inter-religioso no Teatro Hun com a participação de representantes do xamanismo, xintoísmo, budismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo e outras confissões. Um sinal da vocação para a coexistência pacífica que, segundo Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, caracteriza o povo mongol há décadas.
Observadores governamentais e representantes do mundo universitário também estarão presentes no encontro, informou o porta-voz do Vaticano, que respondeu às perguntas de alguns jornalistas sobre possíveis tensões com a China por causa do encontro com representantes do budismo tibetano, incluindo uma criança considerada a décima reencarnação de Buda, bem como sobre a possibilidade de um encontro privado com fiéis russos e chineses após a missa. Bruni, esclarecendo que nenhuma reunião privada está planejada no momento, explicou que o evento ecumênico e inter-religioso terá a participação de todos os grupos religiosos, incluindo os budistas, a religião majoritária da Mongólia. Quanto a possíveis referências à vizinha China, o diretor lembrou as palavras do Papa no Angelus do último domingo, 27 de agosto, enaltecendo que a viagem é para o “coração da Ásia”, para a Mongólia:
“Essa é uma visita muito desejada que será uma oportunidade para abraçar uma Igreja pequena em números, mas vivaz na fé e grande na caridade; e também para conhecer de perto um povo nobre e sábio, com uma grande tradição religiosa que terei a honra de conhecer, especialmente no contexto de um evento inter-religioso. Gostaria agora de me dirigir a vocês, irmãos e irmãs da Mongólia, dizendo que estou feliz por viajar para estar entre vocês como um irmão de todos.”
*Fides
Fonte: Vatican News