Neste dia 9 de dezembro, a Igreja celebra a festa de São Juan Diego Cuauhtlatoatzin – “a águia que fala” –, o índio vidente da Virgem de Guadalupe; mas nem todos conhecem a importância da canonização do primeiro santo indígena da América Latina.
São João Paulo II canonizou Juan Diego em 31 de julho de 2002, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, e destacou naquela ocasião que, “ao acolher a mensagem cristã, sem renunciar à sua identidade indígena, Juan Diego descobriu a profunda verdade da nova humanidade, em que todos são chamados a ser filhos de Deus em Cristo”.
Em diálogo com a ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI –, em 2018, Pe. Eduardo Chávez, um dos maiores especialistas na aparição de Nossa Senhora de Guadalupe e postulador da causa de canonização de São Juan Diego, destacou que com este ato foi confirmado “o milagre de Guadalupe em sua grande extensão e transcendência. É um fato histórico que transcende o tempo e o espaço”.
O sacerdote mexicano, também diretor do Instituto Superior de Estudos de Guadalupe, destacou que, embora no México, desde o século XVI, a santidade de Juan Diego tenha sido assumida como um fato, porque “foi o intercessor da Virgem e foi seu mensageiro”, o processo da canonização “ajudou muito a encontrar, recopilar e ver a convergência de tantas fontes e documentos históricos”.
“Alguns já eram conhecidos, outros foram encontrados”, assinalou.
Pe. Chávez lembrou que, na primeira parte da causa da canonização, “deve-se analisar a fama de santidade imemorial, coisa que Juan Diego tinha e, obviamente, observa-se nestes documentos onde é chamado de ‘homem santíssimo’, onde foi desenhado com auréola no século XVI”.
Na segunda parte do processo, assinalou, é necessário “comprovar um milagre”.
Esse milagre, disse, foi o de “um jovem que quis se suicidar e pulou de uma altura de 10 metros, quebrando a cabeça no chão”.
“Em quatro dias, esse jovem se curou perfeitamente, porque a mãe pediu a Juan Diego”, assinalou.
Finalmente, disse, o Papa “determina canonizá-lo, depois de toda essa pesquisa e análise, e de toda a parte teológica, vida e virtudes de Juan Diego, e a comprovação de um milagre”.
Para Pe. Chávez, aqui está o mais importante da canonização, pois quando o Santo Padre “canoniza alguém, neste caso Juan Diego, vai implícito o dogma da infalibilidade do Papa”.
Com a canonização, “o Papa diz ao mundo inteiro que esta pessoa está no céu, que é uma ponte de unidade entre Deus e os seres humanos, é um intercessor. E é um modelo de santidade”.
O vidente de Guadalupe “representa cada um de nós” e com sua canonização “confirma-se que o encontro de Deus através de Nossa Senhora de Guadalupe diante do índio Juan Diego (…) é totalmente certo”, afirmou.
Fonte: acidigital