A pedido do núncio apostólico na Arménia e na Geórgia, Dom José Bettencourt, a imagem peregrina de Fátima fará uma visita inédita ao Cáucaso e visitará a Armênia, Geórgia e Azerbaijão onde se rezará especialmente pela paz na região. Esta semana jornalistas católicos reafirmaram a importância desta peregrinação em territórios da ex-União Soviética.
Segundo o representante do Papa, que manifestou sua “alegria” em declarações reunidas pelo site oficial do Santuário Mariano português, esta será a primeira vez que a imagem visita estes territórios que pertenceram à ex-União Soviética, passando ainda pelo Azerbaijão.
“Os católicos do Cáucaso alegram-se pela notícia da visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima à região”, refere o arcebispo, nascido nos Açores, em depoimento enviado ao jornal Voz de Fátima.
A imagem vai passar pelas paróquias e comunidades católicas dos três países, onde se rezará especificamente pela reconciliação e a paz, numa região onde ainda existem conflitos, instabilidade e insegurança.
“Rezemos pela paz de mente e de espírito com Deus e com o próximo durante este tempo de bênção” referiu ainda D. José Bettencourt à Voz de Fátima.
Para José Milhazes, jornalista e autor do livro “A mensagem de Fátima na União Soviética-Rússia”, a presença de Fátima no Cáucaso “é particularmente importante numa região do Continente Europeu fustigada, há muitos anos, por guerras e graves crises políticas, pois a mensagem emanada da Cova da Iria é de paz entre os homens”.
“Certamente que a imagem da Virgem Maria será recebida por corações e braços abertos na Arménia, primeiro país a proclamar o Cristianismo como sua religião no longínquo ano de 301. A Arménia está envolvida numa guerra com o vizinho Azerbaijão desde 1989 e estes dois países precisam de paz, de uma reconciliação que tarda em chegar” destaca o jornalista.
Em relação à situação na Geórgia e a visita da imagem, Milhazes afirma: “A presença de Fátima na Geórgia contribuirá para tornar os corações mais pacíficos, mais abertos ao diálogo. Irá certamente recordar-lhes o contributo dos missionários portugueses para o resgaste dos restos mortais da mártir georgiana Santa Ketevan, cujo suplício está representado em azulejos nas paredes do Convento da Graça, em Lisboa”.
E, conclui: “Em boa hora a imagem de Fátima passará pelo Cáucaso, reforçando a sua mensagem de paz e amor” refere.
Também a jornalista Aura Miguel, vaticanista da Rádio Renascença, indica que a presença da Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima na região do Cáucaso pode ajudar a “consolidar a paz e unidade” entre os cristãos e a “reforçar o diálogo com o Islão”, nesta zona estratégica entre a Europa e a Ásia.
“Os apelos à paz e conversão que brotam de Fátima, assumem especial atualidade nesta região, ainda instável, e com feridas abertas causadas pelo mais recente conflito fronteiriço sobre Nagorno-Karabakh, que opõe a Arménia cristã ao Azerbaijão muçulmano. E o mesmo se diga da Geórgia, maioritariamente ortodoxa, a braços com revoltas independentistas nas regiões de Ossétia do Sul e Abkhazia”, refere Aura Miguel no texto publicado pelo site do Santuário de Fátima (www.fatima.pt)
Falando que existe um caminho para a paz na região, a jornalista sublinha: “Trata-se de um caminho de conversão(…), que se consolida na livre adesão aos pedidos da Senhora de Fátima. A começar no coração de cada um, mas com potencial para mudar o rumo da história, incluindo a destas três repúblicas da ex-URSS”.
“De Fátima, nasce continuamente um convite a construir a paz, no coração de cada um e à nossa volta. Por isso, esta Mensagem é mais um incentivo aos que vivem sinceramente este desejo de paz e de verdade, independentemente do seu contexto, cultura e religião”.
“Eu própria o testemunhei, ao acompanhar São João Paulo II, e mais recentemente Francisco, a estes três países do Cáucaso” refere para concluir que “não duvido que a presença da Imagem peregrina de Fátima será uma ocasião privilegiada para reforçar este anseio de paz e de diálogo, e “sem qualquer distinção de carácter étnico, linguístico, político ou religioso”, como diz o Papa Francisco”, destacando que é também este o espírito da Fratelli Tutti.
Fonte: acidigital