Na Audiência Geral desta quarta-feira, 6, o Papa Francisco renovou seu convite de oração por todas as populações “que sofrem o horror da guerra na Ucrânia e na Terra Santa, bem como em outras partes do mundo. Rezemos pela paz! Peçamos ao Senhor o dom da paz! ”
Na Ucrânia, em particular, desde o início da invasão em grande escala pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, foram mortas cerca de 600 crianças, cinco somente no ataque russo contra um prédio residencial de vários andares na madrugada do último sábado, que deixou um saldo de 12 civis mortos, incluindo dois bebês com menos de um ano de idade.
A organização Save the Children, que há cem anos luta para salvar crianças em risco e lhes oferecer um futuro, alerta que as crianças ucranianas que buscam segurança nos países da União Europeia recebem somente uma proteção temporária.
De fato, com uma decisão sem precedentes de 4 de março de 2022, o Conselho Europeu estabeleceu a normativa sobre a proteção temporária Temporary Protection Directive – TPD, que garante a todas as pessoas da Ucrânia o acesso ao território da UE, aos direitos e aos serviços essenciais, mas somente até 5 de março de 2025.
Não vislumbrando o fim da guerra na Ucrânia e sem a possibilidade de um regresso seguro e sustentável para muitos, a Save the Children apela à proteção a longo prazo das crianças e das suas famílias para além de 2025.
“A proteção temporária da UE foi uma âncora de salvação para os menores e os adultos que buscam proteção da guerra na Ucrânia – diz Willy Bergogné, diretor da Save the Children Europe e representante da Organização na UE. Nos últimos dois anos, 592 bebês e crianças foram mortas e outras milhares feridas e deslocadas”.
“Como o conflito não dá sinais de acabar, é vital que a UE e os governos europeus garantam proteção a longo prazo para as crianças e as suas famílias – é seu apelo. É impensável enviar de volta à Ucrânia menores que fugiram dos horrores da guerra, expondo-os mais uma vez aos riscos e adversidades inimagináveis dos quais procuraram refúgio. Os governos e a UE devem, portanto, pensar a longo prazo, porque isso também permitirá às famílias fazê-lo e dar-lhes-á uma sensação de segurança. Isto salvaguardaria o bem-estar das crianças vulneráveis e proporcionaria a estabilidade de que as famílias necessitam para reconstruir as suas vidas face a um futuro incerto para o seu país.”
Fonte: Vatican News