A megalópole foi fundada no dia em que a Igreja celebra a conversão de São Paulo. Mas só recentemente o apóstolo se tornou patrono da maior cidade do Brasil
Ao contrário do que muitos pensam, São Paulo (o apóstolo), nem sempre foi o padroeiro de São Paulo (a maior cidade do Brasil).
Na verdade, era Sant’Ana, mãe de Maria e avó de Jesus, que ocupava este posto desde 1782. Naquele ano, o Papa Paulo VI a nomeou padroeira da capital, a pedido dos portugueses. O documento que comprova este fato está guardado no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Confusão com a fundação de São Paulo
O fato que leva muita gente a pensar que São Paulo sempre foi padroeiro da cidade e do estado de São Paulo está relacionado às origens da maior cidade do país.
São Paulo foi batizada com este nome porque a fundação do município ocorreu justamente no dia em que a Igreja Católica celebra a conversão de Paulo de Tarso (25 de janeiro).
Foi nesta data, em 1554, que noviço jesuíta São José de Anchieta fundou, juntamente com o Pe. Manoel da Nóbrega, o Colégio Anchieta. O local servia para a catequese de indígenas e também era a moradia dos padres. Foi ao redor dele que nasceu e cresceu a Vila São Paulo, transformando-se na atual megalópole brasileira.
O próprio José de Anchieta escreveu:
“A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!”
São Paulo elevado a padroeiro
Foi em 2008, após um pedido pessoal do cardeal arcebispo D. Odilo Scherer ao Papa Bento XVI, que São Paulo se tornou padroeiro da cidade, da unidade federativa e da arquidiocese que leva seu nome.
Vale lembrar que, em 1958, um decreto do Papa Pio XII já constituía o apóstolo como patrono principal da cidade e do estado.
A confirmação da constituição do novo padroeiro, inclusive da arquidiocese, aconteceu, portanto, 50 anos depois. Na ocasião, D. Odilo queria homenagear o apóstolo durante as comemorações do Ano Paulino, em que seriam lembrados os 2 mil anos do seu nascimento. O cardeal chegou a solicitar ao Vaticano que deixasse São Paulo como patrono da cidade ao lado de Sant’Ana. Mas São Paulo foi elevado, sozinho, a padroeiro da cidade, da arquidiocese e do estado.
Atualmente, a megalópole tem, ao menos, nove igrejas dedicadas a este apóstolo, que inspira a missão evangelizadora da Igreja.
Quem foi São Paulo
São Paulo é tido como uma das colunas da Igreja Católica. Ganhou destaque por levar o Evangelho ao mundo pagão.
Paulo, chamado Saulo, nasceu entre os anos 5 e 10 da era cristã, na cidade de Tarso (território atual da Turquia). Foi só depois de uma experiência mística de encontro com Cristo durante uma viagem que ele se converteu e adotou o nome de Paulo. É também conhecido como “Apóstolo dos Gentios” porque converteu pagãos em suas grandes viagens missionárias.
São Paulo foi perseguido e preso por testemunhar a fé em Cristo. Morreu decapitado e seu corpo foi sepultado fora dos muros da cidade de Roma, onde foi erguida a Basílica a ele dedicada.
Fonte: Aleteia