A Libreria Editrice Vaticana, editora da Santa Sé, publicou La Lama e la Croce (A lâmina e a cruz), sobre católicos martirizados por se oporem ao nazismo. “As vicissitudes e o martírio dos católicos que desafiaram Hitler em nome da consciência”.
Adolf Hitler foi o ditador que chefiou um governo racista na Alemanha de 1933 a 1945 e levou o mundo à Segunda Guerra Mundial, que causou mais de 50 milhões de mortes.
O jornalista Francesco Comina, autor do livro, diz que são histórias “para serem contadas aos jovens, para que possam ser intérpretes de uma memória viva”.
“Trata-se de religiosos, leigos, jovens, mulheres que tiveram a coragem de dizer um sonoro ‘não’ ao nazismo e que agiram em nome de uma fé e de um Evangelho lançados nas profundezas da história”, disse Comina, a Vatican News, serviço de informação da Santa Sé.
#15gennaio📘Ci furono persone che dissero «No!» a Hitler? La risposta è sì, anzi: nella stagione del nazismo migliaia di individui, singoli o riuniti in gruppi, si schierarono contro la follia omicida dilagante nel Terzo Reich. Tra questi si annoverano anche molti cattolici. pic.twitter.com/kWLAisgWnl
— Libreria Editrice Vaticana (@LVaticana) January 15, 2024
Na entrevista, Comina disse que o livro inclui mártires beatificados, como o camponês austríaco Franz Jägerstätter e o membro da Ação Católica alemã, Josef Mayr-Nusser, bem como outros que permaneceram na sombra: “Histórias ainda enterradas na memória do anti-nazismo na Alemanha”.
“Foi um trabalho de escavação: andei a vasculhar documentos que já tinham sido publicados, mas sempre em pequenos grupos e, por isso, em grande parte desconhecidos”, disse.
Isto ajudou-o a recolher histórias como as do padre Max Josef Mezger e do padre palotino Franz Reinish.
Assim, por acaso teve conhecimento do caso do padre Heinrich Dalla Rosa, sacerdote da província italiana de Lana, assassinado em 1945, na Áustria, por se opor ao nazismo. “Quando entrei numa igreja perto de Merano, vi uma placa comemorativa dessa figura e fui investigar. Mas não se sabe quase nada sobre esta história no Alto Adige”, região de grande presença de falantes de alemão no norte da Itália.
A obra também inclui o testemunho de Eva Maria Buch, uma jovem de 21 anos de Berlim, que foi condenada a forca com seus companheiros por causa de seu trabalho de resistência. Segundo o autor, a garota repete as bem-aventuranças quando está a caminho da morte.
“Em uma carta aos pais, ela escreve que morre feliz por ter vivido essa história com dignidade e coragem, e que está pronta para fazer tudo o que fez novamente”, diz Francesco.
Comina enfatiza que o elemento que todos esses testemunhos “têm em comum é o fato de terem colocado a defesa de sua consciência e os valores de sua fé em primeiro lugar”.
Fonte: ACI Digital