Sob intenso frio e névoa na madrugada do dia 31 de maio, famílias, crianças, seminaristas, padres, estudantes, jovens e adultos, se reuniram para, com muita dedicação e fé, confeccionarem os tapetes de Corpus Christi, em Itapecerica da Serra.
Às 4 horas da manhã, os voluntários se dirigiram ao Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres e Divina Misericórdia para ali receberem a benção do padre Alexandre Matias para assim iniciarem os trabalhos. Todos os materiais foram disponibilizados pela Prefeitura de Itapecerica da Serra, que também ofereceu lanche a todos os voluntários.
“É um trabalho comunitário. A montagem começa ainda na madrugada. Ao todo foram feitos 36 tapetes com a ajuda de cerca de 100 pessoas voluntárias de todas as idades”, explica Tadeu de Carmo, coordenador geral.
Antes mesmo das 10h, os tapetes estavam totalmente prontos e muitas pessoas já percorriam as ruas do centro da cidade para admirá-los. Por volta das 14h45 os fiéis ocuparam toda o largo da matriz para a missa campal de Corpus Christi.
A missa campal foi celebrada pelo padre Alberto Gambarini e concelebrada pelos padres Alexandre Matias, Lídio Sampaio e Martinho Alves. Durante sua homilia, o padre Alberto falou sobre a importância da Eucaristia, centro da fé católica. “Está festa tem que avivar nossa fé. Nós temos que entrar em comunhão com a pessoa viva de Jesus. Quando comungamos nos tornamos sacrário vivo. Acolhemos não só Jesus Cristo, mas também o próximo. Devemos ter consciência da presença de Cristo entre nós e também amar, louvar e servir ao nosso Deus”, declarou o padre.
A Solenidade do Corpo de Cristo é celebrada, todos os anos, na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. É o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão pelas ruas.
“Acompanho desde jovem esta festa, e hoje, tenho o prazer de trazer meus netos. A família toda vem junto para passar o dia aqui em comunhão com Deus. As crianças adoram os tapetes. É muito bom estar aqui neste dia tão especial”, diz Laura Cardoso, 74 anos, moradora de Embu das Artes.
Este ano além dos tapetes relacionados à Eucaristia, foram confeccionados tapetes com temas religiosos atuais específicos, tais como: Fraternidade e Superação da Violência, tema da Campanha da Fraternidade deste ano e Ano do Laicato, no qual a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), propõe à Igreja um aprofundamento sobre a importância dos leigos.
“Os tapetes são a demonstração de carinho a Jesus Cristo que merece todo amor, toda a honra e toda a glória”, diz Luzia, 45, funcionária pública.
“Neste momento que o mundo está em crise, precisamos de mais amor e respeito ao próximo. Esta festa nos recorda o amor de Jesus, e também é uma oportunidade para demonstrarmos este afeto e nossa fé”, diz Ana Clara, 19, estudante.
Origem
A origem desta celebração remonta ao ano de 1243, em Liège, Bélgica, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe o desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório foi, mais e mais, ganhando corpo e fazendo parte da vida dos cristãos. Assim, já em 1317, o Papa João XXII publicou o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.