O Vaticano co-organizará um simpósio de dois dias, de 23 a 24 de janeiro, reunindo especialistas em saúde e direitos humanos para se concentrar em atender melhor os portadores de hanseníase.
O Vaticano sediará um simpósio de dois dias com foco em como atingir a meta de “lepra zero” no mundo e estabelecer sociedades em que ninguém seja deixado para trás devido à doença de Hansen e outras DTNs (doenças tropicais negligenciadas).
Os organizadores do encontro de 23 a 24 de janeiro incluem a Fundação Raoul Follereau, de origem francesa, a Associação Italiana Amici di Raoul Follereau e a Iniciativa de Lepra de Sasakawa (Hansen), em colaboração com o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. Todos serão co-anfitriões do Simpósio Internacional no Vaticano que tem como tema “Não Deixar Ninguém Para Trás” [“Leave No One Behind”, em inglês], com encontros realizados no Augustinianum Patristics Institute.
Os principais especialistas da área estarão participando, reunindo especialistas em saúde e direitos humanos, ONGs, organizações religiosas, pessoas afetadas pela hanseníase (comumente conhecida como lepra) e outras DTNs. Entre os palestrantes internacionais estão: Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Volker Türk, Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Alice Cruz, Relatora Especial da ONU sobre a eliminação da discriminação contra pessoas afetadas por hanseníase e seus familiares, bem como representantes das organizações anfitriãs, incluindo Yohei Sasakawa, Embaixador da Boa Vontade da OMS para a Eliminação da Lepra e presidente da Nippon Foundation.
A hanseníase é curável com terapia multidrogas, mas quando não tratada pode resultar em incapacidade permanente. Estima-se que 3 a 4 milhões de pessoas vivam com alguma forma de deficiência como resultado da hanseníase. Muitos mitos e incompreensões cercam a doença, e mesmo sendo curável, os recuperados e até mesmo seus familiares podem enfrentar discriminações que limitam suas oportunidades de educação, emprego e plena participação na sociedade.
O simpósio marca a continuação de um simpósio internacional semelhante realizado em 2016. Nos anos que antecederam a última edição, a pandemia de Covid pesou fortemente nos serviços de hanseníase, interrompendo o monitoramento e garantindo que pacientes recebessem tratamento adequado e cuidados com a deficiência. O simpósio mais recente analisará como se recuperar desses contratempos, garantindo às pessoas o cuidado de que precisam e apresentando as melhores práticas mais recentes para atender às suas necessidades, com foco especial no papel que as organizações religiosas estão desempenhando.
O simpósio também contará com uma cerimônia de lançamento do “Apelo Global 2023 para Acabar com o Estigma e a Discriminação contra as Pessoas Afetadas pela Hanseníase”. O apelo anual enfoca a hanseníase e aborda a discriminação que pode resultar para tornar as sociedades mais inclusivas. O Apelo deste ano está sendo endossado pelos organizadores e participantes do simpósio e será lido pela modelo e Miss Brasil 2022, Letícia Frota, que tem sido uma grande divulgadora na luta contra a hanseníase no país.
A participação no simpósio como convidado, física ou virtualmente, é possível acessando o site do congresso aqui.
Fonte: Canção Nova